A secretaria de Estado Idália Moniz defendeu, na inauguração da Casa da Criança de Trancoso, a participação das crianças na vida municipal e na comunidade escolar.Trancoso conta a partir deste fim-de-semana com uma Casa da Juventude e da Criança resultante da recuperação de um antigo edifício granítico degradado e que oferecia alguma insegurança e perigosidade.
Trata-se de um complexo instalado na zona escolar local, próximo das piscinas municipais, dotado de um posto INTERNET com quatro computadores que podem ser utilizados pelos jovens podendo assim aceder ao sítio do município e apresentarem propostas.A oportunidade foi aproveitada pela secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, para defender a participação das crianças e dos jovens na vida dos respectivos municípios e na comunidade, sobretudo nas associações de pais.
A Casa da Criança compreende também espaços de actividades e lazer, de desenho e recreação, parque exterior, ficando a casa dotada com quatro funcionários/ monitores.Júlio Sarmento revelou que, ao abrigo do programa “Cidade Amiga das Crianças, “a que Trancoso aderiu, foi seleccionado um conjunto de jovens que vão intervir nas suas comunidades e dizer o que pensam, por exemplo, do mobiliário urbano, da programa de actividades culturais, de cinema, da ocupação dos tempos livres, das áreas de lazer ou livres, da protecção dos monumentos, como vêem o desenho urbano, como vêem a falta de condições de segurança, da falta de equipamentos de públicos, como gostavam que as áreas de lazer respondessem às suas expectativas”.
Anunciou que à semelhança do que acontecer, na Assembleia Municipal que é constituída por 59 elementos, haverá também este número de jovens que procurará ser uma espécie de “Parlamento Municipal Jovem” que equacionará, reflectirá e fará um conjunto de propostas sobre como a criança gostaria de ver a cidade de Trancoso nos seus vários aspectos.Este “Parlamento” vai ainda “julgar os eleitos locais naquilo que a este está acometido, ou seja, gerir recursos para satisfazer os projectos, as ambições e as vontades para participação dos mais novos e dos jovens.Cidade amiga das criançasA secretária de Estado Adjunto e da Reabilitação, Idália Moniz, defendeu que as crianças devem tomar parte nas decisões e foi nesse sentido que o Ministério do Trabalho e da Segurança Social lançou um desafio a um conjunto de municípios a que Trancoso aderiu, para integrar uma rede numa fase experimental ainda de um conjunto de “Cidades Amigas das Crianças”.
Neste momento há cerca de 860 cidades espalhadas por todo mundo onde “se tenta pôr em prática, da melhor forma, o princípio que está consagrado quer nos Direitos das Crianças quer nos instrumentos do Conselho da Europa e da Comissão Europeia que nos dizem muito claramente que as crianças devem ser ouvidas, têm direito à participação e para isso devem ser incentivadas”.A governante apelou na ocasião para que “em face dos instrumentos com os quais trabalhamos e em face de algo que norteia a intervenção de todos aqueles que trabalham com e para as crianças que é a defesa do superior interesse da criança, que é hoje um conceito tão vago que dá para tudo, nomeadamente para aqueles que são os interesses em determinados momentos da nossa vida ou pessoal, profissional social”, os mais novos devem participar activamente na vida das suas comunidades.
Efectivamente e tendo em conta que o protocolo celebrado entre a Câmara de Trancoso e o programa de “Cidades Amigas das Crianças” que afirmou ir ser avaliado, apelou a que as crianças pudessem tomar parte na vida do município, da “mesma forma como nós intervimos no território”.“Quantas vezes não somos confrontados com urbanizações onde faltam espaços verdes, espaços de lazer e porque a par do programa da cultura, do cinema e recuperação do património”, reconheceu, admitindo que, “quando fazemos uma consulta pública, não a fazemos também às crianças, que provavelmente nos diriam com uma clareza que nós por vezes não temos, que numa urbanização faz parte um espaço para brincar, para namorar, para passear, chamando a atenção para um conjunto de propostas que uma vezes exequíveis e outra vezes nem tanto”, questionou.Idália Moniz pretende também que as crianças participem na vida das associações de pais porque “há sempre uma mensagem, uma ideia que elas transmitem”.
As Beiras OnLine / BandarraFM
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