quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Trancoso: Aposta cultural quer construir novos museus em parcerias público-privadas.

Estão previstos dois novos museus e um centro de interpretação judaico para a cidade de Trancoso, que conta hoje, entre outros equipamentos desportivos e culturais, com um centro cultural e um auditório-cinema.

Apesar da sua situação geográfica, Trancoso constitui hoje um dos mais expressivos centros históricos e culturais do país, anualmente visitado por milhares de pessoas e cada vez por mais turistas judeus.
O Auditório Jacinto Ramos-Cinema, um projecto da autoria do arquitecto Gonçalo Byrne, encontra-se equipado com a mais moderna tecnologia, tendo ficado adjacente ao antigo Convento dos Frades Franciscanos, hoje recuperado e transformado no Centro Cultural de Trancoso.
Neste momento estão já em fase de construção o pólo cultural de Vila franca das naves e a central de camionagem de Trancoso, sendo o Centro de Interpretação Judaico a próxima obra a iniciar para estar concluída em 2009, afirmou Fernando Santos Costa, Presidente da Entidade Empresarial Municipal - Trancoso Eventos.
"Está programada a construção de um Museu da Cidade, com três mil metros quadrados, que ficara no Palácio Ducal, onde se vão aglomerar todas as colecções, como a da pintora Eduarda Lapa."
"O Museu do Design e do Tempo vai ser um espaço de arte moderna, que contara com uma doação em regime de comodato de uma colecção de relógios de todas as épocas do Arquitecto Emanuel Pimenta, que detém igualmente um espólio de pintores norte americanos, japoneses, chineses e holandeses"
O Centro de Interpretação Judaico Fernando Isaac Cardoso, famoso médico judeu de Trancoso, será construído igualmente numa parceria público-privada "para colocar o empreendimento de pé" que vai ficar no centro da cidade, "onde nós supomos ter sido o bairro e a Sinagoga judaica" afirmou Fernando Santos Costa.
Presentemente decorrem escavações arqueológicas no local do futuro centro de interpretação, que será um "espaço para exposição de artefactos e outros elementos judaicos", com a assinatura do gabinete do arquitecto Gonçalo Byrne, "uma garantia de qualidade e modernidade".
Trancoso "não se envergonha" de ter sido um grande centro judaico, nas épocas em que o judaísmo "prosperou neste pais", até serem perseguidos pela inquisição e pelo rei, salienta Santos Costa.
"Não vamos expurgar essa face negra de Portugal", mas sim, "dar continuidade à nossa capacidade de saber receber as pessoas" e de "aceitar todas as religiões" que possam ter a ver com a história de Trancoso.
Santos Costa afirma que há quem comercialize hoje em Trancoso os designados produtos «kosher», que são produtos confeccionados sobe estritas regras judaicas, estando a Empresa Municipal neste momento a estudar "possíveis formas" de aproveitar esse mercado.
Preocupado com recente orçamento de estado e no que respeita ao desinvestimento na área da cultura, Santos Costa disse ainda, que "desinvestir na cultura é perder cultura" dando - este orçamento - a ideia que a cultura é um "substrato do próprio orçamento".
"A saúde é prioritária mas a cultura tem de estar a par do investimento na educação por que também é educação", finalizou Santos Costa.

Lusa

Sem comentários: