Embora ainda não seja possível garantir que o pico da epidemia gripal que afecta todo o país já aconteceu ou ocorrerá nos próximos dias, tudo aponta para que o problema tenha entrado na curva descendente. A confirmá-lo, segundo a edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, está o facto dos portugueses estarem a entupir menos os hospitais. De acordo com dados recolhidos pelo diário portuense, os números da afluência aos serviços de urgência relativos ao dia de domingo falam em apenas 12.139 casos de gripe nas urgências dos hospitais, contra 16.054 nos centros de saúde.
Para Mário Carreira, coordenador do dispositivo montado pela Direcção-Geral da Saúde para a monitorização dos serviços de urgência, admite haver uma inversão da tendência verificada em anos anteriores, justificando-a com sucessivas «campanhas de sensibilização, designadamente apelos na Imprensa», contra o recurso indevido aos hospitais. Tal tem permitido, segundo o responsável, desbloquear a situação nos hospitais e melhorar a prestação de cuidados no Serviço Nacional de Saúde.
Por outro lado, embora o surto de gripe afecte todo o país, não havendo focos específicos, é notória a circunstância de os números de utilização dos serviços de saúde serem muito mais expressivos nos principais centros urbanos. Tal não admira, bastando verificar que estamos a falar de populações maiores, servidas por hospitais maiores para onde situações mais graves são canalizadas, juntando-se depois à conta geral.
Mas existe a percepção, também, de que nos meios rurais as pessoas lidam melhor com o problema, não recorrendo com tanta precipitação às urgências. No que à gripe propriamente dita diz respeito, o segundo dia do ano foi especialmente intenso, com 32 mil pessoas a recorrer ao Serviço Nacional de Saúde, número que fica, porém, bastante abaixo dos 37 milhares registados logo após o Natal. Não deixa de ser claro o acréscimo em relação aos dois dias precedentes: 20 mil casos a 31 de Dezembro; 22 mil no primeiro dia de 2009.
Mário Carreira, que ainda aguardava os dados epidemiológicos do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, incluindo o estabelecimento de tendências, para os cruzar com os elementos referentes à utilização dos serviços públicos de saúde, torna claro que o período epidémico está já «no início da fase descendente», embora subsista a possibilidade de o pico ser atingido esta semana.
Diário Digital
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