As queixas à linha alerta Internet Segura originaram 46 inquéritos policiais por pornografia infantil relacionados com servidores instalados em Portugal. No último ano e meio, este serviço que controla a publicação de conteúdos na Internet conduziu ainda a 161 averiguações referentes a servidores internacionais. Os números avançados pela PJ são conhecidos nesta terça-feira, Dia Europeu da Internet Segura.
Os números foram avançados por Jorge Duque, responsável da Polícia Judiciária na área das novas tecnologias da informação. Este responsável acredita que a sociedade está mais desperta para prevenir e denunciar este tipo de situações, havendo contudo um longo caminho a percorrer por parte das instituições, Estado, empresas e encarregados de educação. Particularmente preocupante, refere Jorge Duque, é o facto de os jovens acabarem por aprender a lidar com a Internet por sua conta e risco, não distinguindo a informação positiva e a negativa.
A linha alerta Internet Segura foi criada em 2007 com dois objectivos: bloquear conteúdos menos próprios e fazer a acusação criminal de quem os publica. Trata-se de uma função desempenhada em estreita colaboração com as autoridades policiais, para quem é encaminhada a informação relativa a denúncias recebidas sobre conteúdos ilegais: pornografia infantil, apologia da violência e apologia do racismo. Recebendo quase duas mil denúncias por ano, o site regista mensalmente uma média de 167 casos, estando a maioria relacionada com pedofilia.
Uma operação internacional permitiu recentemente desmantelar sete redes de pornografia infantil. Foram detidas 170 pessoas e resgatadas 14 crianças em cerca de 30 países. Algumas das crianças têm apenas três anos de idade. de acordo com o FBI, a investigação começou em 2006 com uma advertência das autoridades australianas relativamente a um vídeo sexualmente explícito em que aparecia uma vítima muito jovem. O FBI indicou que dos 170 detidos mais de 60 são cidadãos norte-americanos.
Mais de metade dos adolescentes portugueses utilizam a Internet sem qualquer supervisão dos pais. São números de um estudo apresentado pela Microsoft no âmbito do Dia Europeu da Internet Segura. Os dados revelam que a maior parte dos portugueses nunca foi vítima de assédio, tal como italianos e espanhóis, o que já não acontece com noruegueses e dinamarqueses, que se queixam de situações em que a sua identidade foi violentada. No que respeita à partilha de informações pessoais na rede, os adolescentes espanhóis são considerados os mais permissivos, ao contrário dos portugueses e dinamarqueses.
Rtp
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