Um consórcio europeu de investigadores está a desenvolver uma nova vacina inalável contra a gripe que oferece a vantagem de poder ser produzida em pouco tempo e em grande quantidade e que deverá ser testada também em relação ao A H1N1.
Segundo Thomas Muster, responsável pelo projecto Fluvacc, os ensaios já realizados em humanos mostram que a nova vacina, em fase de ensaios clínicos, e produzida a partir de culturas celulares e não do método tradicional com ovos de galinha, «é segura e imunogénica». Em vez de recorrer a proteínas virais produzidas pelos ovos, esta vacina contém uma réplica deficiente do vírus, que gera uma forte resposta imunizadora. A vacina («deltaFLU») baseia-se assim em «vírus atenuados» nos quais foi desactivado um gene indispensável à sua replicação, um processo que os investigadores planeiam em breve usar com o novo vírus A H1N1 para estudar os resultados.
«A eliminação do gene em causa demora duas semanas, em vez dos vários meses necessários no método tradicional, tornando assim possível a produção de novas vacinas em pouco tempo», afirmou. Muster, director e co-fundador da empresa austríaca AVIR Green Hills Biotechnology, onde a vacina está a ser desenvolvida, falava aos jornalistas no âmbito da conferência Research Connection 09, recentemente organizada em Praga pela Comissão Europeia no quadro da presidência checa da UE. O projecto, financiado em 9,2 milhões de euros com fundos europeus, junta oito parceiros de quatro países da UE (Áustria, Alemanha, República Checa e Eslovénia) e Rússia, e estará concluído em Setembro do próximo ano. «Como as estirpes aviárias altamente virulentas atacam os ovos de galinha fertilizados, o uso de culturas celulares é essencial», segundo explicou o investigador, e permite aumentar facilmente a sua produção em caso de procura acrescida, através do uso de bio-reactores.
«A produção de culturas celulares e o uso de métodos de genética reversa permite gerar rapidamente em elevadas quantidades uma vacina segura contra qualquer potencial vírus de gripe, satisfazendo as necessidades logísticas durante uma infecção pandémica», sublinhou.
A maior eficácia deste tipo de vacinas em relação às injectáveis está também no facto de estimularem uma reacção protectora imune directamente no local de entrada do vírus, através da sua administração pelo nariz, com um nebulizador, mais fácil e menos dolorosa do que uma injecção muscular. Quanto à segurança, todas as experiências realizadas apontam para a improbabilidade de complicações inesperadas, tanto em crianças como em idosos ou pessoas imuno-comprometidas, mesmo em caso de uso generalizado, referiu Thomas Muster.
A maior eficácia deste tipo de vacinas em relação às injectáveis está também no facto de estimularem uma reacção protectora imune directamente no local de entrada do vírus, através da sua administração pelo nariz, com um nebulizador, mais fácil e menos dolorosa do que uma injecção muscular. Quanto à segurança, todas as experiências realizadas apontam para a improbabilidade de complicações inesperadas, tanto em crianças como em idosos ou pessoas imuno-comprometidas, mesmo em caso de uso generalizado, referiu Thomas Muster.
Por outro lado, a vacina pode induzir uma resposta imune eficaz e de longa duração contra uma vasta gama de variantes de vírus de gripe, o que é só condicionalmente possível com as vacinas tradicionais. «O método de genética reversa optimizado neste projecto permite a geração de uma vacina atenuada contra qualquer potencial vírus de gripe, incluindo variantes de gripe aviária altamente virulentas, num curto período de tempo», afirmou. Segundo os dados disponíveis, uma única nebulização com a vacina permite imunizar o paciente durante pelo menos um ano, com 70 a 90 por cento de eficácia, mais do que as vacinas antigripais correntes.
Diário Digital / Lusa
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