segunda-feira, 22 de junho de 2009

Comandante da TAP impede embarque a deficiente visual

O comandante da TAP que ontem pilotava o avião da companhia aérea portuguesa de Paris para Lisboa impediu o embarque do atleta paralímpico Carlos Lopes. O piloto do aparelho justificou a sua atitude com o facto do cão-guia estar sem açaime o que obrigou Carlos Lopes a pernoitar na capital francesa. A TAP já veio dizer que se tratou de excesso de zelo.

O piloto do aparelho que fazia a ligação entre Paris e Lisboa não deixou Carlos Lopes embarcar porque o cão-guia, que sempre acompanha o deficiente visual, estava sem açaime, mas a administração da TAP, por intermédio do seu porta-voz, já veio dizer que se tratou de excesso de zelo do comandante. Quem não se conforma perante esta situação é Carlos Lopes, que também é Presidente da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal, que já disse que foram violadas as leis nacionais e da aviação civil e por isso promete tomar medidas. Nunca lhe tinha acontecido nas viagens que já não consegue contar. Mas desta vez, em Paris, no aeroporto de Orly, e com um comandante da TAP a tradição quebrou-se e Carlos Lopes foi impedido de embarcar.
"Tinha assuntos importantes para tratar em Lisboa e qual é o meu espanto quando me dizem que o comandante não deixava o meu cão embarcar sem colocar o açaimo. É uma situação estranha, posso mesmo considerar muito estranha, estar aqui numa aeroporto sem saber bem para onde ir porque um comandante da TAP resolveu que o regulamento da TAP se sobrepõe à legislação nacional que é bem clara ao dizer que os cães-guia são transportados na aeronave, na cabine, sem utilização de açaime", referiu Carlos Lopes à RTP.
O atleta mais medalhado de sempre foi assim obrigado a ficar em Paris, acompanhado da mulher, estando agora a ponderar efectuar um pedido de indemnização à TAP. A companhia aérea portuguesa já veio falar em excesso de zelo por parte do comandante segundo o porta-voz da empresa, António Monteiro. "Houve, com certeza, aqui um excesso de zelo que prejudicou o passageiro, um excesso de apreciação do que são as regras aplicáveis e que qualquer bom-senso teria resolvido e ter-se-ia evitado este problema", referiu o representante da TAP.

Rtp

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