A Associação de Municípios do Vale do Côa (AMVC) admitiu, ontem, que o desenvolvimento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Vale do Côa e Alto Douro não vai ser tarefa fácil. Os fundos comunitários canalizados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) não serão tão fáceis de obter como no programa de apoio que o antecedeu, o que poderá pôr em causa parte do plano.
Porém, existe confiança no derrube de algumas barreiras. "É verdade que este novo quadro comunitário é muito mais exigente do que os anteriores, mas há-de ser encontrada uma solução", perspectivou o presidente da associação, Emílio Mesquita. O problema com que se debate a AMVC é que a regras do QREN impõem que a contratualização de projectos seja feita por associações de municípios que correspondam a uma NUT III.
O que significa dizer que todos deviam pertencer, por exemplo, à NUTIII Douro.
Ora, os dez concelhos da Associação do Côa estão espartilhados por três daquelas unidades territoriais estatísticas Sabugal, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Pinhel e Trancoso (Beira Interior); Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta (Douro) e Mogadouro (Alto Trás-os-Montes).
Este concelhos prepararam o Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Vale do Côa e Alto Douro numa lógica idêntica aos projectos candidatados à extinta Unidade de Base Territorial do Côa e agora vêem-se confrontados com os constrangimentos e rigores do novo Quadro Comunitário.
E, assim sendo, a formação de uma agência de desenvolvimento turístico, para criar condições para atrair e fazer permanecer visitantes é um objectivo mais difícil de atingir, a que se soma a revitalização do troço da linha férrea entre Pocinho e Barca de Alva para fins turísticos, entre outros projectos.
Emílio Mesquita considera, apesar do panorama "não ser o ideal", que "não está tudo em risco". Acredita mesmo que possam vir a existir alguns "ajustamentos" para que se consiga dar "forma e conteúdo" ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Vale do Côa e Alto Douro.
Dá como exemplo a linha de comboio, cuja recuperação, "bem encaminhada", já uniu 28 municípios, bem como a Estrutura de Missão do Douro e outras entidades.
Jornal de Noticias / Eduardo Pinto
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