quinta-feira, 1 de maio de 2008

Federação dos Produtores abre delegação na Guarda

A Federação dos Produtores Florestais de Portugal passa a ter uma delegação nas instalações do NERGA. O vice-presidente diz que a floresta “não é só produção de madeira” e defende outras funções produtivas.
O futuro da floresta da Beira Interior passa pelos cogumelos e desporto aventura, entre outras actividades, destaca Hugo Jóia, vice-presidente da Federação dos Produtores Florestais de Portugal.

“Queremos mostrar que floresta não é só produção de madeira, que há muito mais para além disso e é esse o forte desta região, que pode vir a tornar-se capital da floresta multifuncional”, acredita.
Aquele responsável falava ontem na Guarda, onde a Federação assinou um protocolo com o Núcleo Empresarial da Guarda (NERGA), que disponibiliza um espaço para a primeira delegação da estrutura associativa.Numa primeira fase, a delegação pretende “dar um forte apoio às zonas de intervenção florestal (ZIF)” e vai estar atenta à eventualidade de focos de infecção de nemátodo, doença que atinge sobretudo o pinheiro bravo, detectada há dias nos concelhos de Arganil e Lousã.
“A pouca produção da Beira Interior pode ficar ainda mais mitigada devido a esta doença”, frisou. “Temos que fazer um levantamento, dar respostas, preparar planos de contingência”. O apoio na preparação de candidaturas por parte das associações também será uma prioridade, tal como a certificação florestal em produtos além da madeira.

O PROTOCOLO
O protocolo ontem assinado consiste, além, da cedência de instalações, na disponibilização de recursos físicos e humanos pela NERGA, para organização de eventos, colóquios e congressos, preparação de candidaturas e acções de formação. O acordo prevê ainda a cooperação no desenvolvimento de estratégias comuns para o sector florestal, acções de sensibilização e prevenção de fogos florestais, entre outras.
A Federação dos Produtores Florestais de Portugal representa metade (87) das organizações de produtores florestais do País e vai disponibilizar um técnico para toda a Beira Interior.
Retenção de CO2, negócio com futuroHugo Jóia salienta ainda o papel da Federação como parceiro nacional na criação de bolsas de produção de créditos de carbono, um processo de compensação das emissões de CO2, ou seja, através da floresta, que gera oxigénio. Segundo o responsável, “as associações têm aqui um forte potencial de produção e gestão de áreas florestais: a retenção de carbono. E as empresas vão agradecer muito”.

Susana Margarido / Diario XXI

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