domingo, 11 de maio de 2008

Em busca de soluções para fecho de fábricas

Joaquim Valente vai procurar na próxima semana uma solução para o fecho de duas fábricas de lanifícios da freguesia de Trinta, anunciou o autarca. Na agenda está uma reunião com o secretário de Estado adjunto da Indústria e da Inovação, Castro Guerra. À margem da reunião do executivo desta semana, Joaquim Valente informou que o objectivo é “abordar e reflectir sobre o que é que se pode fazer, ou qual é o contributo que todos nós podemos dar, de forma a que possamos amenizar estas situações”. O autarca considera que “em terras pequenas, duas ou três dezenas de postos de trabalho que deixam de existir causam sempre grandes transtornos”, especialmente junto dos mais jovens. Mas para o edil, há que encontrar outras “apostas”. “Temos que nos virar para a agricultura, para o território, para pequenos nichos de mercado, para o turismo, para pequenas empresas, microempresas locais, que desenvolvam outro tipo de actividade”.
SEMANA NEGRA
Cerca de uma centena de operários de duas fábricas da freguesia de Trinta suspenderam esta semana os contratos de trabalho após dois meses de salários em atraso. Na segunda-feira, os 36 trabalhadores da fábrica Jopilã foram confrontados com indicações da empresa para que permanecessem mais uma semana de férias quando se preparavam para regressar ao trabalho.
No mesmo dia, o Sindicato Têxtil da Beira Alta anunciou que 55 dos cerca de 60 funcionários de outra fábrica do sector, a Efilã, tinham suspendido os contratos de trabalho, também "por estarem com dois meses de salários em atraso".Os trabalhadores atingidos são maioritariamente habitantes daquela aldeia e também das freguesias vizinhas de Corujeira, Fernão Joanes, Meios e Videmonte.
“Isto era uma autêntica cidade têxtil”
Joaquim Valente salienta que já foi contactado por presidentes de juntas de freguesia e por alguns dos trabalhadores, referindo que "o que mais preocupa são as pessoas mais novas que, de facto, têm de inverter o seu percurso em termos laborais"."Isto era uma autêntica cidade têxtil e a situação que agora se vive é preocupante", admitiu uma comerciante da aldeia, que reclamou "uma nova hipótese" para o sector. Na freguesia de Trinta são agora apenas duas as fábricas dedicadas à produção de fio e de cobertores, que laboram a cem por cento, empregando cerca de 200 pessoas.

Susana Margarido / Lusa / Diario XXI

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