terça-feira, 10 de junho de 2008

Fábrica de confecções fecha as portas “sem explicação”

Desemprego para 60 pessoas, em Pinhel
A unidade de produção de camisas encerra 10 meses depois de iniciar a laboração. Empresa tinha sido apoiada em 240.000 euros segundo a autarquia

Uma fábrica de confecções, instalada há cerca de dez meses em Pinhel, cessou quinta-feira a sua actividade, lançando 60 operários para o desemprego, disse à Agência Lusa o presidente da Câmara local. Segundo António Ruas, a unidade de produção de camisas cessou a sua actividade "de um momento para o outro, sem que nada fizesse prever uma situação destas". "Fiquei surpreendido", admitiu, recordando que a fábrica estava a laborar em instalações cedidas pelo empresário do concelho António José Baraças e que dispunha de "instalações, água e electricidade gratuitas".

A instalação da fábrica, há menos de um ano, tinha sido apoiada "com uma verba de 240.000 euros, ou mais, de ajudas, não só por parte do empresário António José Baraças como do próprio Centro de Emprego e Formação Profissional de Pinhel". Perante as ajudas disponibilizadas, António Ruas confessa que "não se percebe porque é que não havia condições para a fábrica laborar", referindo que o empresário apenas disse "às senhoras que a fábrica não trabalharia mais a partir daquele momento".A decisão surpreendeu o autarca, que esteve reunido, na sexta-feira, com António José Baraças (o dono das instalações fabris) e com o director do Centro de Emprego de Pinhel. "Ficámos todos perplexos e surpreendidos, porque não encontramos nenhuma explicação plausível", frisou, indicando que para o encerramento da fábrica haverá "outra explicação que deve ser apurada pelas pessoas que apoiaram a laboração da fábrica".


AUTARCA REPUDIA SITUAÇÃO

O presidente da Câmara de Pinhel repudia a situação, considerando que "são menos 60 postos de trabalho, que desaparecem de um momento para o outro, sem qualquer explicação". Indicou que o empresário possui outra unidade fabril em Vila Franca das Naves (Trancoso) e que apostou em Pinhel pela necessidade de "aumentar a produção", porque "tem colocação do seu produto no mercado". "Não se vislumbravam dificuldades financeiras" para o fecho da fábrica, referiu.No desemprego ficam 60 mulheres que, segundo o autarca, terão direito a subsídio de desemprego, proporcional ao período de tempo em que trabalharam na empresa. Contudo, realçou que as trabalhadoras "oficialmente não têm conhecimento do despedimento" e que, por enquanto, "não podem dar seguimento ao processo" com vista à obtenção do subsídio de desemprego. António Ruas indicou que o empresário "não retirou a maquinaria da fábrica, mas retirou todo o produto confeccionado".

Mais um rombo, depois da Rohde
A situação criará problemas sociais no concelho de Pinhel, que em Abril de 2006 sofreu "um grande rombo" com o encerramento da fábrica de calçado Rhode, que empregava cerca de 400 pessoas. "Estávamos com alguma expectativa de minimizarmos o que aconteceu com a Rhode, mas com esta situação é mais uma machadada, porque mais pessoas ficam sem emprego", disse António Ruas. Assegurou ainda que por parte da Câmara de Pinhel "tudo será feito para minorar este problema", embora reconhecendo que ainda não sabe como.

Diario XXI

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