Todos os dias passam cerca de 3.000 camiões num dos principais locais de atravessamento da fronteira com Espanha, localizada no concelho de Almeida. A greve vai trazer “elevados prejuízos”
O sector dos transportadores internacionais está a partir de hoje em greve, estando prevista a paralisação de camiões em todo o País. Um dos locais que vai sentir especialmente o efeito do protesto é Vilar Formoso, pois é neste local do concelho de Almeida que se situa o ponto de passagem de fronteira com Espanha mais frequentado do território nacional, com cerca de 3.000 viaturas pesadas de mercadorias a transpor diariamente o ponto, onde estava instalado, até 1998, o posto aduaneiro.
Alguns empresários do sector dos transportes sedeados em Vilar Formoso não escondem as preocupações face à decisão tomada no sábado em virtude de várias reclamações junto do Governo, inflamadas pela alta dos preços dos combustíveis.
José Luís Marques, administrador e director da empresa Transportes Tabuado S.A., disse à Agência Lusa que a situação "vai trazer implicações" para a economia nacional, "porque já existem muitas dificuldades no sector".
"Uma paralisação vai complicar ainda mais" a situação das transportadoras, admitiu o administrador da empresa que tem uma frota de 35 camiões que circula pelos vários países da Europa. Com uma situação de conflito "vamos ter algumas dificuldades nas saídas [dos camiões de Portugal para a Europa] e no regresso".
Enquanto o protesto se mantiver garante que "o prejuízo vai ser evidente" para a empresa sedeada em Vilar Formoso.Aos seus motoristas foi aconselhado "que não tenham atitudes de repressão nem recorram a percursos alternativos" no caso de serem surpreendidos com bloqueios nas estradas. "Tentar forçar bloqueios não", é a mensagem que José Luís Marques está a transmitir aos motoristas da sua firma.
COM OS CAMIÕES PARADOS HÁ SEMPRE PREJUÍZO
Outro empresário do sector, Victor Santos, despachante oficial em Vilar Formoso e gerente da empresa Intertir – Transportes Internacionais Lda., disse à Lusa que "com os camiões parados há sempre prejuízo". Admitiu que a situação vai originar "atrasos na entrega de mercadorias e no recebimento". A "falta de movimento" na circulação de mercadorias é mais preocupante "para os importadores, porque o País vive da importação", observou. Victor Santos disse, ainda, que o seu balcão de despachos ficará sem movimento, porque "não há despachos para as mercadorias que vêm de países que precisam de despacho alfandegário".
Diario XXI
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