terça-feira, 10 de junho de 2008

Região sofre impactos da greve dos transportadores

Empresários de Vilar Formoso preocupados com paralisação que começa hoje
Todos os dias passam cerca de 3.000 camiões num dos principais locais de atravessamento da fronteira com Espanha, localizada no concelho de Almeida. A greve vai trazer “elevados prejuízos”

O sector dos transportadores internacionais está a partir de hoje em greve, estando prevista a paralisação de camiões em todo o País. Um dos locais que vai sentir especialmente o efeito do protesto é Vilar Formoso, pois é neste local do concelho de Almeida que se situa o ponto de passagem de fronteira com Espanha mais frequentado do território nacional, com cerca de 3.000 viaturas pesadas de mercadorias a transpor diariamente o ponto, onde estava instalado, até 1998, o posto aduaneiro.

Alguns empresários do sector dos transportes sedeados em Vilar Formoso não escondem as preocupações face à decisão tomada no sábado em virtude de várias reclamações junto do Governo, inflamadas pela alta dos preços dos combustíveis.
José Luís Marques, administrador e director da empresa Transportes Tabuado S.A., disse à Agência Lusa que a situação "vai trazer implicações" para a economia nacional, "porque já existem muitas dificuldades no sector".
"Uma paralisação vai complicar ainda mais" a situação das transportadoras, admitiu o administrador da empresa que tem uma frota de 35 camiões que circula pelos vários países da Europa. Com uma situação de conflito "vamos ter algumas dificuldades nas saídas [dos camiões de Portugal para a Europa] e no regresso".

Enquanto o protesto se mantiver garante que "o prejuízo vai ser evidente" para a empresa sedeada em Vilar Formoso.Aos seus motoristas foi aconselhado "que não tenham atitudes de repressão nem recorram a percursos alternativos" no caso de serem surpreendidos com bloqueios nas estradas. "Tentar forçar bloqueios não", é a mensagem que José Luís Marques está a transmitir aos motoristas da sua firma.

COM OS CAMIÕES PARADOS HÁ SEMPRE PREJUÍZO

Outro empresário do sector, Victor Santos, despachante oficial em Vilar Formoso e gerente da empresa Intertir – Transportes Internacionais Lda., disse à Lusa que "com os camiões parados há sempre prejuízo". Admitiu que a situação vai originar "atrasos na entrega de mercadorias e no recebimento". A "falta de movimento" na circulação de mercadorias é mais preocupante "para os importadores, porque o País vive da importação", observou. Victor Santos disse, ainda, que o seu balcão de despachos ficará sem movimento, porque "não há despachos para as mercadorias que vêm de países que precisam de despacho alfandegário".

Diario XXI

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