quinta-feira, 3 de julho de 2008

Família acusa hospital de mandar doente para casa nu

A irmã de um doente de 73 anos, que deu entrada no Hospital Sousa Martins (SM), na Guarda, no dia 25 de Junho, apresentou uma queixa no livro de reclamações da unidade de saúde, alegando que o serviço de urgências do hospital enviou o familiar para casa, cerca das 2h00 do dia 27, “envolvido num lençol e nu”.
“[O caso] está em averiguação por parte do hospital”, garante Fernando Girão, presidente do Conselho de Administração do hospital. Como foi feita uma participação no livro de reclamações, o responsável assegurou que “terá que ser averiguada a situação e terão que ser ouvidas todas as partes envolvidas, para se chegar à verdade”.
Fernando Girão admitiu que o episódio “não é nenhum atentado à dignidade [da pessoa]”, indicando que em dias de calor “é normal” que os doentes, “a maior parte das vezes, estejam com uma fralda e tapados com um lençol”.Como a ocorrência está “em processo de averiguação”, Fernando Girão diz aguardar pelas diligências para, mais tarde, poder aferir se houve ou não falhas da unidade de saúde, considerando ser necessário “ouvir toda a gente, para saber como é que o doente saiu e se, eventualmente, ele se despiu”.
A irmã do doente, Natália Martins, contou que o irmão, que sofre de esquizofrenia, deu entrada na urgência do HSM no dia 25 de Junho, cerca das 17h30, apresentando “a barriga e os pés muito inchados”, tendo ficado internado. No dia seguinte, pelas 12h30 voltou ao hospital, mas conta que não lhe foi permitido ver o irmão, "porque estava para exames”. “Saí do trabalho às 15h30 e voltei lá. Também não me deixaram vê-lo, tendo-me sido dito que estava a fazer uma ecografia renal e outra abdominal”.
Na madrugada do dia 27 de Junho, “por volta das 2h00, dois bombeiros foram levá-lo a casa, envolvido num lençol e nu”, afirmou, com indignação.“Não tinham lá roupa [no hospital], porque no dia em que ficou internado eu trouxe-a, mas eles telefonavam-me de manhã, às 6h00 ou às 7h00, fosse a que horas fosse, e eu levava-lhe roupa, porque eu não o abandonei, para mo entregarem assim”, disse. Logo na manhã daquele dia, Natália Martins dirigiu-se ao serviço de urgência do hospital da Guarda e exarou um protesto no livro de reclamações.
Diario XXI / BandarraFm

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