quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cientistas dizem ter criado espermatozóides em laboratório

Uma equipa de cientistas de Newcastle, Inglaterra, anunciou ter criado espermatozóides em laboratório pela primeira vez no mundo. Os investigadores acreditam que o seu trabalho poderá ajudar homens com problemas de fertilidade. Num artigo publicado pela revista especializada Stem Cells and Development, a equipa de Newcastle diz, no entanto, que serão necessários pelo menos mais cinco anos para que a técnica seja aperfeiçoada. Os cientistas iniciaram a pesquisa com linhagens de células estaminais derivadas de embriões humanos doados após tratamentos de fertilização artificial. As células estaminais foram removidas dos embriões masculinos com poucos dias de vida e armazenadas em tanques de nitrogónio líquido. As células foram depois colocadas à temperatura do corpo e colocadas numa mistura química que estimulou o seu crescimento. Foram «rotuladas» com um marcador genético para que os cientistas pudessem identificar e separar aquelas que dão origem a óvulos e espermatozóides.

As células masculinas passaram pelo processo de meiose, dividindo pela metade o seu número de cromossomas. As células sexuais (óvulos e espermatozóides) têm apenas 23 cromossomas, enquanto todas as outras células do corpo têm 23 pares de cromossomas, num total de 46. O processo de criar e desenvolver os espermatozóides durou de quatro a seis semanas. Os cientistas da Universidade de Newcastle afirmam que os espermatozóides criados no processo alcançaram maturidade e mobilidade, e produziram um vídeo documentando os resultados. O professor Karim Nayernia, da Universidade de Newcastle e do NorthEast England Stem Cell Institute afirmou que «este é um avanço importante, já que vai permitir aos invetsigadores estudar em detalhe como os espermatozóides se formam e levar a uma melhor compreensão sobre a infertilidade entre os homens».«Esta compreensão poderia ajudar-nos a desenvolver novas formas de ajudar casais que sofrem de infertilidade para que possam ter um filho que seja geneticamente deles.» «Isto também permitiria aos cientistas estudar como as células envolvidas na reprodução são afectadas por toxinas, por exemplo, ou por que crianças com leucemia submetidas a quimioterapia podem ficar inférteis» e «possivelmente chegar a uma solução.»

Diário Digital

Sem comentários: