Aliás, a semana de 24 de Novembro foi aquela em que se venderam mais medicamentos para alívio dos sintomas da gripe (analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteróides). Desde então, a procura destes medicamentos tem vindo a descer, revelou ontem a associação do sector. Uma situação que não foi ultrapassada sem custos: nos últimos dias morreram mais cinco pessoas devido à gripe A no País, elevando para 63 o número total de vítimas da pandemia, revelou ontem a DGS. Entre estas, 10 eram saudáveis. Não era o caso das últimas vítimas mortais, que tinham todas factores de risco (e idades entre os 27 e os 55 anos). E ainda há cerca de 20 pessoas internadas em estado grave.
O que não quer dizer que estejamos definitivamente livres da pandemia, porque pode haver uma segunda onda de gripe A antes do fim da Primavera, alerta o coordenador do dispositivo para a monitorização dos serviços de urgências. Aliás, vendo o exemplo dos outros países é provável que isso aconteça. No entanto, não é possível prever quando vai começar a crescer novamente o número de casos. A única coisa que Mário Carreira garante é que o mau tempo das últimas semanas não vai fazer a gripe A voltar em força. "Pode causar mais constipações, mas não casos de gripe", explica.
Por outro lado, o especialista da DGS ainda acredita que talvez seja possível evitar esta segunda onda. É que Portugal tem "a vantagem de já ter vacinas disponíveis" há dois meses, o que permite proteger os que têm mais probabilidade de morrer. Para o virologista do Instituto de Medicina Molecular, Pedro Simas, enquanto a maior parte da população não estiver protegida - por ter tido gripe ou por ser vacinada - estamos sujeitos a uma segunda e até uma terceira onda da doença. E quando os portugueses estiverem imunes, o vírus vai mudar para sobreviver, como os da gripe sazonal fazem todos os anos, explica o especialista.
JN
Sem comentários:
Enviar um comentário