O distrito da Guarda foi contemplado apenas com dois Serviços de Urgência Básica (SUB) e um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC). Esta reorganização significa que todos os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) vão fechar portas, ficando apenas a funcionar as Urgências da Guarda como SUMC, Seia e Vila Nova de Foz Côa, como SUB. Mas a escolha desta última localização está a indignar os restantes autarcas.
A decisão já tem mais de um ano, só que a decisão final do novo mapa de serviços de urgência foi publicada na semana passada em "Diário da República", tendo o despacho sido ainda aprovado pelo anterior ministro da Saúde, Correia de Campos. Para o fecho das 11 Urgências espalhadas pelo distrito foram apontados critérios como a qualidade do serviço e o reduzido número de utentes. Resta agora saber quando é que os três serviços que se mantêm começam a receber os utentes reencaminhados dos municípios que ficam sem SAP.
No entanto, tal como há um ano, a decisão não agrada à maioria dos autarcas do distrito. Para o presidente da Câmara de Almeida, localizar um SUB em Vila Nova de Foz Côa «não faz sentido nenhum», até porque acredita que os doentes dos concelhos da Mêda e Trancoso, os mais próximos, não irão deslocar-se até àquela unidade em caso de urgência.
Baptista Ribeiro estranha ainda o facto de haver uma coincidência partidária entre as três cidades que vão centralizar estes serviços. «Espero que esta não seja apenas mais uma decisão política, uma vez que, apesar de certamente ser coincidência, todas as autarquias são socialistas. Mas, obviamente, que Seia e Guarda teriam que ser mantidas», afirma, acrescentando que está contra estas mudanças enquanto o Hospital Sousa Martins não tiver condições para receber os doentes. «Vai haver um congestionamento e provocar ainda mais problemas nas Urgências, que estão super-lotadas», avisa.
A opinião também é partilhada por Júlio Sarmento. O edil de Trancoso considera que «há partidarismo no Governo» no que respeita a questões da Saúde. «Numa reunião de Câmara, um vereador do PS confidenciou que se tratava de uma questão partidária, porque se tinha mostrado contra o encerramento da Urgência de Trancoso e foi-lhe dito se ele queria isso para uma Câmara social-democrata», adianta. À semelhança do congénere de Almeida, o autarca trancosence argumenta que as Urgências do Sousa Martins «não têm capacidade de resposta» para os doentes.
O Interior / BandarraFm
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