terça-feira, 15 de abril de 2008

Delphi/Guarda....

Os 100 despedimentos de trabalhadores da Delphi da Guarda previstos para Maio foram adiados para o segundo semestre deste ano, revelou hoje o sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas dos Distritos de Aveiro, Viseu e Guarda.
O dirigente sindical Júlio Balreira disse à Lusa, no final de uma reunião com um elemento da direcção da Delphi, que os despedimentos previstos para Maio "não se vão concretizar", mas "mantém-se a intenção da empresa em despedir os trabalhadores no decorrer do ano de 2008, a partir de Julho".
No ano passado, a Delphi da Guarda adiou para 2008 a concretização dos 524 despedimentos previstos para os meses de Setembro e Dezembro, anunciando que seriam despedidos 100 trabalhadores em Maio, cerca de 400 em Julho e os restantes em Agosto.
Hoje, o dirigente do sindicato referiu desconhecer a intenção da empresa em relação à calendarização dos despedimentos, anunciando que serão pedidas reuniões "para saber quando é que se vão concretizar os despedimentos e em que condições".
Segundo o responsável, o adiamento é justificado pela "manutenção de alguns projectos que vão garantir os postos de trabalho até ao mês de Julho".
Júlio Balreira recordou que o processo se desenrola há um ano e que o sindicato questiona o que já foi feito pelas entidades competentes para absorver os futuros desempregados.
"Nós perguntamos às entidades oficiais o que é que foi feito de há um ano a esta parte para responder a este drama social que vai acontecer na região da Guarda e nesta cidade em particular", disse o sindicalista.
"Todos estamos recordados das afirmações feitas pelo Governo, nomeadamente pelo senhor ministro da Economia e pelo senhor presidente da Câmara da Guarda, e hoje estamos, com certeza, todos a questionar o que é que foi feito, o que é que vai ser feito para que estes postos de trabalho possam ter resposta nesta região", acrescentou.
Para obter respostas o sindicato anunciou que irá pedir reuniões ao Ministério da Economia, Agência Portuguesa para o Investimento, Governo Civil e Câmara da Guarda.

Júlio Balreira lamentou a situação vivida na empresa há já cerca de um ano, considerando que "cria instabilidade nos trabalhadores e nas próprias famílias".
O mesmo dirigente referiu que, no ano passado, os sindicatos já tinham acordado com a administração que cada trabalhador despedido receberia "dois meses [de salário] por cada ano de trabalho" e "é nessa base" que as negociações irão ser feitas.
A Delphi da Guarda possui neste momento 1.060 trabalhadores e as previsões apontam para o despedimento de cerca de metade.
A Agência Lusa tentou, sem sucesso, obter mais esclarecimentos da parte de Elisabete Cruz, responsável pelo sector de recursos humanos da Delphi da Guarda.

Lusa

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