quinta-feira, 2 de abril de 2009

Rotações 02 Abril 2009

Patrão e Pinto ganham em Vinhais

Campeonato Nacional de Todo-Terreno Mário Patrão nas motos, e Humberto Pinto nos Quad, foram os vencedores do Raide TT “Montes das Emoções”, prova que levou até Vinhais 59 concorrentes ao Campeonato Nacional de Todo-Terreno, proporcionando grandes despiques pelos lugares cimeiros nos dois dias de prova.
O Moto Cruzeiro de Bragança brindou o pelotão com dois interessantes sectores selectivos, traçados entre Vinhais e Torre de D. Chama, alternando zonas sinuosas com outras mais rápidas num trajecto predominantemente montanhoso, com belas paisagens – e íngremes desfiladeiros – no horizonte. O piso estava seco, levantando algum pó à passagem da caravana, mas no Sábado o vento também ajudou a dissipá-lo. A acção começou no Sábado, com o Prólogo e mais duas voltas ao percurso de 46 Km – a terceira volta prevista foi cancelada por uma questão de segurança, para evitar que alguns pilotos dos quad concluíssem a prova já ao anoitecer. Neste Domingo, houve outro sector selectivo de 76 Km para enfrentar em três voltas consecutivas.

Nas motos compareceram 32 pilotos, com Fernando Ferreira a impor-se no Prólogo, seguido de Filipe Sampaio e Mário Patrão. Seria este último o mais rápido na primeira etapa, após luta cerrada com Fernando Ferreira e Gustavo Gaudêncio, que ficaram respectivamente a 21,9s e 40,1s de Patrão. No 4.º posto colocava-se Ruben Faria, a 1m45,3s, seguido por Paulo Gonçalves a 3m33,5s do líder. Entre os desistentes, António Maio ficou sem gasolina a 7 Km do final do troço, enquanto Filipe Sampaio e Diogo Salema abandonaram com problemas eléctricos nas suas máquinas.A rodar sem contratempos, Mário Patrão voltou a ser o mais rápido na etapa de hoje, após bom duelo com Ruben Faria, que ficou a 22,3s. Estes seriam também os dois primeiros classificados na "geral" da prova, com Patrão a registar uma saborosa vitória absoluta (e na classe TT2) na prova transmontana.Graças ao novo regulamento do Campeonato de Todo-Terreno, que torna independentes os dois dias de prova para efeitos de pontuação, António Maio pode estar hoje à partida, sendo o 16.º a arrancar para o Sector Selectivo. Embora arrancando a meio do pelotão, o piloto alentejano foi o 3.º melhor do dia, diante de Fernando Ferreira, que durante a última volta se debateu com problemas no travão traseiro, mas ainda assim completou o pódio da "geral" deste Raide, ganhando a classe TT3.

Contratempos sentiram alguns pilotos de topo. Gustavo Gaudêncio caiu numa passagem de água e demorou uns 50 minutos até conseguir recolocar a moto em funcionamento, enquanto Paulo Gonçalves debateu-se com uma fuga de gasolina, terminando a prova nos 11.º e 12.º lugares absolutos, respectivamente. Azar tiveram outros concorrentes de nomeada: Luís Portela de Morais abandonou com o cárter e o pedal de travão partidos, após toque numa pedra escondida quando reentrava no percurso após uma travagem falhada, e João Rosa – que liderava entre os Veteranos – desistiu com problemas físicos na mão direita.Na classe TT1 o confronto travou-se entre três pilotos, Pedro Oliveira, Fausto Mota e David Megre, na primeira etapa classificados por esta ordem. Hoje, Fausto Mota foi o mais rápido do trio, mas não o suficiente para ganhar a classe. Esse êxito foi alcançado por Pedro Oliveira, apenas com 2,8s sobre Mota, e 8m02,3 relativamente a Megre, sendo também estes pilotos os 4.º, 5.º e 6.º classificados na "geral", seguidos por Frederico Fino, segundo da TT3. Uma palavra ainda para a única concorrente feminina, Liliana Cal, que suportou até ao fim as exigências da prova.

Na categoria de Quads, entre 27 pilotos presentes, um reputado campeão de Quad-Cross, Carlos Pereira, surpreendeu a concorrência no Prólogo, logo seguido por Humberto Pinto, Paulino Cruz, João Lopes e Filipe Leal. Pouco feliz nesse troço introdutório esteve Luís Engeitado, pois ligeira queda à passagem de um curso de água remeteu-o para a 17.ª posição, obrigando a diversas ultrapassagens no sector selectivo do dia.Na primeira etapa a batalha foi extremamente cerrada, com quatro pilotos a concluírem o dia separados por menos de um minuto. Na frente ficou então Humberto Pinto, com magros 8,6s sobre João Lopes, 29,7s para Carlos Pereira e 43,6s face a Paulino Cruz, enquanto Filipe Leal era o quinto, a 2m27,9s do comandante.Na etapa de hoje Humberto Pinto manteve na sua posse a primeira posição, ampliando a vantagem sobre os perseguidores para alcançar a vitória. No 2.º lugar ficou Paulino Cruz, a 1m50s, enquanto João Lopes completou o pódio, queixoso de problemas na afinação da suspensão traseira do seu quad.

Em evidência esteve Tony Cunha, o melhor colocado da classe Promoção, que no Sábado ocupava o 6.º lugar absoluto, e que melhorou o desempenho nesta segunda tirada, concluindo o Raide num expressivo 4.º posto da "geral", seguido por Valério Gonçalves e Carlos Pereira. Este último viu a acção prejudicada por uma saída do percurso no início da segunda volta, e também por uma queda já perto do fim. O 7.º classificado foi Rui Dores, diante de Simão Correia, Filipe Leal e Luís Engeitado. No caso de Leal, diga-se que o problema com um disco de travão fê-lo perder tempo na assistência logo após a primeira volta.Após esta competitiva jornada inaugural, o Campeonato prossegue dentro de três semanas, a 18 e 19 de Abril, com a algarvia Baja Terras D’El Rei.

Campeonato do Mundo de Motocross, Trabalhos forçados na Lama

A chuva transformou o piso num tremendo lamaçal, onde os concorrentes penaram para manter o equilíbrio, e apenas se disputou a primeira corrida de cada classe. Assim foi o G.P. de Itália, jornada inaugural do Campeonato do Mundo de Motocross que não deixa saudades a Rui Gonçalves, pois saiu de Faenza sem marcar pontos.O cenário deste Domingo trouxe à memória o G.P. de Espanha de 2008, com motos atoladas nas subidas do circuito. Agora, o martírio da lama aconteceu no Crossódromo Monte Coralli, em Faenza. A chuva surgiu ainda na tarde de Sábado e não mais parou, pelo que hoje o terreno estava completamente enlameado. Com a passagem dos concorrentes surgiram os inevitáveis regos, transformando a acção dos pilotos em autênticos trabalhos forçados: mais do que andar muito depressa, interessava manter o equilíbrio e evitar as máquinas caídas, cujos tripulantes tentavam "desgrudar" da lama.

Nas condições descritas, o programa do G.P. de Itália acabou por ser amputado, pois em cada classe – MX1 e MX2 – apenas se disputou a primeira das duas mangas de corrida. Ainda assim os resultados constituíram uma autêntica lotaria, com muitos dos favoritos a ficarem atrasados ou fora de combate – como, de resto, aconteceu a Rui Gonçalves.Este foi um fim-de-semana azarado para o único português que disputa o Campeonato do Mundo de Motocross, na presente época com ambições a figurar no pódio da competição. Piloto oficial da KTM na classe MX2, Rui Gonçalves surgiu em boa forma na pista italiana, mas o azar bateu-lhe à porta ainda na tarde de Sábado.Pouco após o arranque da corrida de qualificação, logo na primeira volta o transmontano sofreu uma aparatosa queda na recepção de um salto. Gonçalves ainda completou a corrida num modesto 33.º lugar, entre 40 pilotos, mas queixoso de dores abdominais, sendo observado pelos médicos.

Na única manga MX2 que teve lugar, Rui Gonçalves começou por situar-se no 8.º posto durante um par de voltas. A seguir foi ultrapassado por diversos adversários, mas recuperaria e após sete voltas ao circuito ocupava a 7.ª posição. Todavia, pouco depois seria a sua vez de ficar parado, com a moto plantada no lamaçal. O dia foi aproveitado pelo francês Gautier Paulin para conquistar o seu primeiro triunfo em provas do "Mundial" MX2, sendo que apenas mais dois concorrentes terminaram com o mesmo número de voltas do vencedor. Quanto à classe MX1, o êxito coube ao estónio Tanel Leok, e também só mais três pilotos acabaram na mesma volta.Após este rude exercício em Itália, o Campeonato do Mundo de Motocross prossegue já no próximo fim-de-semana, com o G.P. da Bulgária.

Campeonato
MX1:

1.º Tanel Leok (KTM) 25 pontos;
2.º Ken de Dycker (Suzuki) 22;
3.º Clement Desalle (Honda) 20;
4.º Aigar Leok (TM) 18;
5.º António Cairoli (Yamaha) 16.
MX2:
1.º Gautier Paulin (Kawasaki) 25;
2.º Jeremy van Horebeek (KTM) 22;
3.º Marvin Musquin (Honda) 20;
4.º Davide Guarneri (Yamaha) 18;
5.º Joel Roelants (KTM) 16.

Salvador Cabral / BandarraFm

Sem comentários: