quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Rotações 01 Outubro 2009

Quad-Cross Europeu das Nações
Portugal sensacional Vice-Campeão da Europa

A selecção nacional de Quad-Cross sagrou-se vice-campeã europeia por nações. O sensacional resultado foi conquistado em Jauer, na Alemanha, onde Jonathan Gil, Tiago Gomes e Pedro Teixeira rubricaram exibições ao melhor nível, conquistando o segundo lugar colectivo entre quinze equipas nacionais.A França foi a vencedora desta primeira edição do Quad-Cross Europeu das Nações, mas a equipa portuguesa constituiu a grande revelação da prova, alcançando um resultado histórico. Na verdade, o Quad-Cross é uma modalidade recente no panorama do motociclismo lusitano – o respectivo Campeonato Nacional apenas se disputa desde 2006 – mas tem desvendado pilotos de grande qualidade, como o trio presente na Alemanha. Gomes, Gil e Teixeira formaram um colectivo forte e coeso, batendo equipas que integravam pilotos com bastante rodagem internacional obtida no "Europeu" individual.Sendo esta uma competição nova, proporcionou o primeiro confronto entre selecções de países do "Velho Continente", e por isso mesmo era difícil estabelecer prognósticos quanto a resultados. Antes da prova a formação lusitana estava confiante num desempenho positivo, e as suas aspirações ficaram reforçadas quando encontrou na Alemanha temperaturas amenas e o sol a brilhar, ficando afastado o cenário da indesejável chuva.

No Sábado, Portugal começou a dar nas vistas ao obter o 4.º posto na qualificação, entre selecções de quinze países. Em termos individuais, Jonathan Gil e Pedro Teixeira foram 4.º classificados nas respectivas séries, e Tiago Gomes o 9.º colocado. Realce para o desempenho de Gil, pois nos treinos livres só tinha dado uma volta, devido a uma porca do eixo traseiro partida, pelo que alinhou nas qualificações praticamente à descoberta desta pista rápida, com muitos saltos e em piso duro.Para as corridas de hoje, os pilotos de cada país estavam repartidos em três grupos. Realizaram-se três mangas, cada uma das quais reunindo, de forma alternada, dois grupos de concorrentes. Para a classificação colectiva era desprezado o pior dos seis resultados individuais.Na primeira manga participaram os trinta pilotos dos Grupos A e B. Tiago Gomes perdeu tempo na "molhada" da primeira curva, mas recuperou e foi 11.º classificado – acabaria por ser este o resultado a "deitar fora" para as contas da equipa. Por sua vez, Jonathan Gil arrancou bem, iniciando a acção em terceiro, e após rolar sistematicamente entre os homens da frente cruzou a meta no 5.º lugar.

Na segunda manga (grupos B e C), viu-se pela primeira vez um lusitano na frente do pelotão. Jonathan Gil foi o mais rápido no arranque e liderou durante meia-dúzia de voltas, até ser passado pelo britânico Paul Holmes, mas o 2.º lugar de Gil seria determinante para situar Portugal como um candidato ao pódio. Também Pedro Teixeira esteve em bom plano, porque após a confusão da partida viu-se situado na cauda do pelotão, mas encetou uma frenética recuperação que lhe permitiria ser 10.º classificado.Na decisiva terceira manga (grupos A e C), Tiago Gomes e Pedro Teixeira terminaram, respectivamente, nos 7.º e 8.º lugares. Gomes voltou a entusiasmar porque comandou a corrida durante as primeiras quatro voltas, enquanto Teixeira começou por surgir em décimo quinto. Na fase derradeira os nossos pilotos acusaram algum natural desgaste físico, perfeitamente compreensível porque nesta prova enfrentaram corridas com a duração de 30 minutos mais duas voltas, enquanto no Campeonato Nacional as mangas têm 20 minutos mais duas voltas.

Tiago Gomes era um homem satisfeito no final desta jornada histórica para o motociclismo nacional. "Este resultado tem muito valor porque enfrentámos aqui pilotos oficiais, cuja vida é apenas competir no Quad-Cross, enquanto nós desenvolvemos outras actividades. A Federação acreditou em nós e estamos felizes por poder retribuir com este resultado." Quanto a situações da corrida, Tiago admitiu que "em cada manga os 30 pilotos eram agrupados em duas filas de 15. Na primeira arranquei na segunda fila, e na confusão inicial fiquei para trás, o que obrigou a desenvolver maior esforço para recuperar."Jonathan Gil partilhava da alegria geral nas hostes lusitanas. "Até correu melhor do que pensávamos, em parte porque não choveu. Esta é uma competição dura, que exige bastante em termos de condição física, e sentimos a maior duração das mangas comparativamente às provas nacionais. O facto de ter realizado bons arranques ajudou muito para conseguir estes resultados, tanto mais que no Sábado tive um problema mecânico nos treinos que atrasou a minha adaptação à pista."

Muitos sorrisos floresciam também no rosto de Pedro Teixeira. "Houve uma estratégia de equipa que resultou. Quando entrámos para a última manga sabíamos que era possível ficar entre os cinco primeiros, mas havia grande proximidade na tabela. Nessa corrida precisávamos que pelo menos um de nós ficasse entre os dez primeiros para haver hipóteses de pódio. O Tiago estava na primeira linha e atacou para isso, eu parti sempre na segunda linha e procurei marcar o maior número de pontos possível. Para mim a primeira manga foi mais difícil, porque fiquei entalado na confusão da primeira curva após o arranque, e sem óculos tive de recuperar desde o penúltimo lugar."

Classificação:
1.º França, 19 pontos;
2.º Portugal, 32;
3.º Holanda, 34;
4.º Grã-Bretanha, 35;
5.º Bélgica, 52;

Campeonato do Mundo de Supersport
Laverty e Praia bem sucedidos em Imola

Os pilotos da equipa lusitana “Parkalgar Honda” fizeram uma boa operação em Imola. Eugene Laverty foi 2.º classificado e está apenas a 2 pontos do comandante do Campeonato, enquanto Miguel Praia conseguiu o seu melhor resultado de sempre no “Mundial” de SuperSport, ao terminar esta prova no 9.º lugar. Em Imola disputou-se a décima segunda e antepenúltima jornada do Campeonato do Mundo de SuperSport. A corrida teve de ser interrompida sensivelmente a meio, devido a óleo na pista. Na primeira metade contaram dez voltas, e na segunda mais nove.O irlandês Eugene Laverty era 4.º colocado a meio da corrida, mas na fase complementar conseguiu ascender ao 2.º posto, e ainda teve como "brinde" o abandono de Cal Crutchlow, o líder do Campeonato, a três voltas do fim. Com esta conjugação de resultados, Laverty reduziu para 2 pontos o seu atraso face a Crutchlow, ficando a discussão do título plenamente em aberto para as duas corridas em falta – a 4 de Outubro em Magny Cours, e a 25 do mesmo mês no Autódromo de Portimão.

Miguel Praia era 11.º colocado na altura da interrupção, e quando foi mostrada a bandeira vermelha sofreu mesmo uma queda. Nas boxes a equipa conseguiu reparar os estragos, permitindo ao piloto de Albufeira alinhar na segunda parte da corrida, na qual voltou a dar boa conta de si. Feito o somatório de tempos Miguel Praia obteve o 9.º lugar, que passa a constituir o seu melhor resultado em provas desta competição. Na pista italiana o vencedor foi o turco Ken Sofuoglu, com 5,3s sobre Laverty, enquanto Praia ficou a 32,8s do primeiro.

Campeonato:
1.º Cal Crutchlow (Yamaha) 210 pontos;
2.º Eugene Laverty (Honda) 208;
3.º Kenan Sofuoglu (Honda) 153;
4.º Joan Lascorz (Kawasaki) 138;
5.º Fabien Foret (Yamaha) 115;
6.º Anthony West (Honda) 104
17.º Miguel Praia (Honda) 30.

Salvador Cabral / BandarraFm

Sem comentários: