sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Teclado «pressente» quando utilizador está sob stress

Da próxima vez que inserir um nome de utilizador e a senha, pense sobre o seu ritmo de digitação. Ele não só pode ser usado para identificá-lo, como também pode revelar se está sob stress. A equipa por trás da descoberta sugere que o método deve ser usado por lojas ou bancos para detectar se você está a aceder à sua conta sob stress extremo ou coação.

Há muito se sabe que os ritmos do estilo de digitação de uma pessoa são estáveis ao longo do tempo, levando a sugestões que poderiam ser utilizadas para verificar a identidade, ou mesmo detectar sinais precoces da doença de Alzheimer. Mas pouco se sabe sobre o efeito do stress sobre os padrões de digitação, segundo investigaram o psicólogo Mike Dowman e colegas da Universidade de Abertay, Reino Unido. Os investigadores pediram a 35 pessoas para que se fizessem o login num computador 36 vezes, ao longo de três sessões intercaladas por até um mês de intervalo, usando o mesmo nome de utilizador (abertayexperiment) e senha (understandsomething). As pessoas foram colocadas em estados de stress e neutralidade, alternadamente, através da audição de uma série de sons conhecidos, a fim de evocar emoções particulares - desde papel a ser amassado suavemente, passando por discussão de casais, até sirenes de emergência.

O tempo de cada tecla pressionada, assim como o intervalo entre uma e outra a ser libertada e pressionada, foi gravado para criar uma «impressão digital» da digitação de cada um. Eletródos foram fixados nas mãos dos dactilógrafos para detectar a partir da transpiração - um sinal de stress também explorado por detectores de mentira. A partir daí, o grupo usou os dados para desenvolver e testar softwares que identificassem uma pessoa a partir do seu estilo de digitação subjectivo. Usando apenas 36 caracteres, de detalhes de login, a pesquisa foi capaz de identificar correctamente 97,2% dos utilizadores, num total de 42.840 logins. Não era incomum, no sincronismo de uma pessoa, a variação de apenas 20 milésimos de segundo entre dois logins de uma semana de intervalo, diz Dowman.

Os dados também mostraram que o stress podia ser detectado na digitação de uma pessoa porque variava os padrões de tempo (por exemplo, pressionando as teclas de forma mais curta, em média) - embora dactilógrafos mantivessem o seu estilo identificável. «Não há dúvida: as pessoas fazem digitações diferentes sob stress», diz Dowman, que sugere que sistemas de segurança podem ser concebidos para emissão de um alarme, caso pareça que uma pessoa seja obrigada a entrar num sistema, tanto numa caixa electrónica quanto numa conta online. Mais pesquisas serão necessárias, entretanto, antes de um sistema identificar se uma pessoa está, por assim dizer, apenas a ter um dia mau ou a ser pressionada por um grupo de homens armados.

Diário Digital

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